quarta-feira, 26 de maio de 2010

Espeleologia Científica

Série documental "Espeleologia".

Episódio III













Fonte: CEAE-LPNCentro de Estudos e Actividades Especiais
Liga para a Protecção da Natureza

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Espeleologia- Exploração e Comportamento

Segunda Parte



Preparar uma exploração de ponta deve implicar uma pesquisa prévia sobre a zona onde está inserida, sobre a história do lugar e, acima de tudo, das explorações anteriormente realizadas. A Exploração é um acto em que nunca podemos prever em concreto o seu resultado final sendo, por isso, difícil precaver todas as situações.

[1] Este facto autêntico passou-se numa gruta dos Pirenéus da região de Áriège, bem conhecida dos pré-historiadores: guarda estátuas de argila únicas no mundo e a sua descoberta deve-se a uma sorte extraordinária.

Durante uma expedição cuja finalidade era o levantamento de gravuras das paredes de um divertículo da gruta, os filhos do conde Begouen descobriram uma passagem extremamente estreita que parecia dar acesso a uma série de galerias. Após várias horas de esforços, conseguiram alargar a passagem obstruída por concreções estalagmíticas e penetraram numa vasta e comprida galeria belamente concrecionada. O seu trabalho de pré-historiadores consistia em examinar conscienciosamente as paredes a fim de descobrir, se fosse possível, quaisquer novas pinturas ou gravuras. As delicadas e difíceis observações foram negativas e, pesarosos por aquele resultado decepcionante, caminharam lentamente até ao extremo da gruta que terminava em fundo de saco.

Como é regra em semelhantes casos, cada um deles escolheu um lado da galeria e os dois irmãos esperavam encontrar-se no fundo quando, estupefactos, tiveram de parar mesmo no último instante para não esmagar três bisontes esculpidos na argila, coisa até então desconhecida e que continua a ser única no mundo!

Foi grande o espanto, enorme a emoção. Refeitos da estupefacção, examinaram mais de perto aquele conjunto nada vulgar, dando voltas ao redor para melhor observarem todas as formas, e partiram logo a seguir para avisar o pai e os amigos que, sem quererem acreditar, foram imediatamente ver e admirar aquela descoberta extraordinária. Maravilhoso, direis. Sem dúvida, mas aquela descoberta sensacional não deu todos os resultados que se poderiam ter registado se tivesse sido feita nos nossos dias, pois espeleólogos experientes teriam agido diferentemente e não se lamentariam depois por não terem pensado naquilo que poderiam ter acrescentado à sua descoberta.

Ao redor dos bisontes, no chão, encontrar-se-iam, certamente, vestígios de pegadas, as quais permitiriam acompanhar as deslocações dos escultores ou dos oficiantes de cenas de magia e talvez, como aconteceu noutros lugares, determinar o seu número, idade…

Talvez houvesse também, no chão, sinais mágicos, como se encontraram seguidamente noutros locais da mesma gruta, mas certamente de menor importância do que aqueles que se poderiam ter encontrado naquele local especialmente escolhido para colocar as estátuas. Não restavam, portanto, para estudar, senão aquelas esculturas de bisontes. Mas que será feito dos vestígios da presença humana esmagados pelas sólidas botas dos exploradores?

Como é que se pode pensar em tudo?

Ainda que não esperemos fazer descobertas raríssimas, devemos manter uma atenção permanente e qualificada, pois elas podem surgir aos nossos olhos, de um momento para o outro, no mais profundo de uma caverna.

Muito mais culpados são os que, por negligência, antes de penetrarem numa gruta conhecida, omitem informar-se acerca do que foi descoberto pelos seus predecessores.

Assim foram esmagadas, por aqueles mesmos que as procuravam, as moldagens e gravuras no solo que faziam da gruta de Montespan um valioso lugar da pré-história.

Uma tal ignorância é criminosa, pois nestes casos não há a desculpa da surpresa.

[1] Transcrição do livro de Michel Bouillon “Descoberta do Mundo Subterrâneo”, pag. 13 e14 ano 1972.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Espeleologia- Exploração e Comportamento

Primeira Parte

A espeleologia é a ciência que tem por princípios a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas. Cada gruta é uma “guardiã” da profundidade do tempo, de um mundo dentro do mundo, migrado da superfície e aqui serenamente pausado mas em eterna transformação.

Os espeleólogos são os exploradores de primeira linha do mundo subterrâneo. São eles os vocacionados, os que possuem a formação básica ou especializada que lhes permite, numa exploração, identificar os primeiros aspectos da importância patrimonial e científica de cada novo lugar.

A responsabilidade dos espeleólogos sobre este legado é imensa, pois cada um deixa uma marca específica no local onde exerce a sua exploração e daí a importância do modo como actuam. Pode-se perder para sempre, num fragmento de tempo, o testemunho de milhares ou milhões de anos.

Compreender os fenómenos do mundo subterrâneo para melhor agir é um exercício que está muito para além das qualidades físicas e desportivas. As grutas simplesmente não são, para esse fim, o melhor local para as exibir.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tábua Árabe - Tradução


No seguimento da colaboração e apoio ao Projecto de investigação e valorização do património arqueológico de Sesimbra, que teve início em 2007, o CEAE-LPN, no decurso do levantamento topográfico de uma das 27 grutas identificadas com vestígios arqueológicos, fez uma descoberta no mínimo invulgar:

A descoberta de uma placa islâmica que, tratando-se de uma descoberta inédita, foi objecto de grande curiosidade acerca da sua tradução.

48ª SURATA

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

1. Em verdade, temos te predestinado um evidente triunfo,(1501)

2. Para que Deus perdoe as tuas faltas, passadas e futuras, agraciando-te e guiando-te pela senda reta.

3. E para que Deus te secunde poderosamente.

4. Ele foi Quem infundiu o sossego nos corações dos fiéis para acrescentar fé à sua fé. A Deus pertencem os exércitos dos céus e da terra, porque Deus é Prudente, Sapientíssimo.

5. Para introduzir os fiéis e as fiéis em jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente, bem como absolver-lhes as faltas, porque é uma magnífica conquista (para o homem) ante Deus.

6. É castigar os hipócritas e as hipócritas, os idólatras e as idólatras que pensam mal a respeito de Deus. Que os açoite a vicissitude! Deus os abominará, amaldiçoá-los-á e lhes destinará o inferno. Que péssimo destino!

7. A Deus pertencem os exércitos dos céus e da terra, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.

8. Em verdade, enviamos-te por testemunha, alvissareiro e admoestador,

9. Para que creiais (ó humanos) em Deus e no Seu Mensageiro, socorrendo-O, honrando-O e glorificando-O, pela manhã e à tarde.

10. Em verdade, aqueles que te juram fidelidade(1502), juram fidelidade a Deus. A Mão de Deus está sobre as suas mão; porém, quem perjurar, perjurará em prejuízo próprio. Quanto àquele que cumprir o pacto com Deus, Ele lhe concederá uma magnífica recompensa.

11. Os que ficaram para trás, dentre os beduínos(1503), dir-te-ão: Estávamos empenhados em (proteger) os nossos bens e as nossas famílias; implora a Deus que nos perdoe! Dizem, com seus lábios, o que os seus corações não sentem. Dize-lhes: Quem poderia defender-vos de Deus, se Ele quisesse prejudicar-vos ou beneficiar-vos? Porém, Deus está inteirado de tudo quanto fazeis.

12. Qual! Imagináveis que o Mensageiro e os fiéis jamais voltariam às suas famílias; tal pensamento desenvolvia-se nos vossos corações! E pensáveis maldosamente, porque sois um povo desventurado.

13. E há aqueles que não crêem em Deus e em Seu Mensageiro! Certamente temos destinado, para os incrédulos, o tártaro.

14. A Deus pertence o reino dos céus e da terra. Ele perdoa quem quer e castiga quem Lhe apraz; sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.

15. Quando marchardes para vos apoderardes dos despojos, os que ficarem para trás vos dirão: Permiti que vos sigamos! Pretendem trocar as palavras de Deus. Dize-lhes: Jamais nos seguireis, porque Deus já havia declarado (isso) antes. Então vos dirão: Não! É porque nos invejais. Qual! É que não compreendem, senão poucos.

16. Dize aos que ficaram para trás, dentre os beduínos: Sereis convocados para enfrentar-vos com um povo dado à guerra; então, ou vós os combatereis ou eles se submeterão. E se obedecerdes, Deus vos concederá uma magnífica recompensa; por outra, se vos recusardes, como fizestes anteriormente, Ele vos castigará dolorosamente.

17. Não terão culpa o cego, o coxo, o enfermo. Quanto àquele que obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro, Ele o introduzirá em jardins, abaixo dos quais correm os rios; por outra, quem desdenhar, será castigado dolorosamente.

18. Deus Se congratulou com os fiéis, que te juraram fidelidade, debaixo da árvore.(1504) Bem sabia quanto encerravam os seus corações e, por isso infundiu-lhes o sossego e os recompensou com um triunfo imediato,

19. Bem como com muitos ganhos que obtiveram, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.

20. Deus vos prometeu muitos ganhos, que obtereis, ainda mais, adiantou-vos estes e conteve as mãos dos homens, para que sejam um sinal para os fiéis e para guiar-vos para uma senda reta.

21. E outros ganhos que não pudestes conseguir, Deus os conseguiu, e Deus é Onipotente.

22. E ainda que o incrédulos vos combatessem, certamente debandariam, pois não achariam protetor nem defensor.

23. Tal foi a lei de Deus no passado; jamais acharás mudanças na lei de Deus.

24. Ele foi Quem conteve as mãos deles, do mesmo modo como conteve as vossas mãos no centro de Makka(1505), depois de vos ter feito prevalecer sobre eles; sabei que Deus bem vê tudo quanto fazeis.

25. Foram eles, os incrédulos, os que vos impediram de entrar na Mesquita Sagrada e impediram que a oferenda(1506) chegasse ao seu destino. E se não houvesse sido por uns homens e mulheres fiéis, que não podíeis, distinguir(1507), e que poderíeis ter morto sem o saber, incorrendo, assim, inconscientemente, num crime hediondo, Ter-vos-íamos facultado combatê-lo; foi assim estabelecido, para que Deus pudesse agraciar com a Sua misericórdia quem Lhe aprouvesse. Se vos tivesse sido possível separá-los, teríamos afrontado os incrédulos com um doloroso castigo.

26. Quando os incrédulos fomentaram o fanatismo - fanatismo da idolatria - em seus corações Deus infundiu o sossego em Seu Mensageiro e nos fiéis, e lhes impôs a norma da moderação, pois eram merecedores e dignos dela; sabei que Deus é Onisciente.

27. Em verdade, Deus confirmou a visão(1508) do Seu Mensageiro: Se Deus quisesse, entraríeis tranqüilos, sem temor, na Sagrada Mesquita; uns com os cabelos raspados, outros com os cabelos cortados, sem medo. Ele sabe o que vós ignorais, e vos concedeu, não obstante isso, um triunfo imediato.


28. Ele foi Quem enviou o Seu Mensageiro com a orientação e com a verdadeira religião, para fazê-las prevalecer sobre todas as outras religiões; e Deus é suficiente Testemunha disso.


29. Mohammad é o Mensageiro de Deus, e aqueles que estão com ele são severos para com os incrédulos, porém compassivos entre si. Vê-los-ás genuflexos, prostrados, anelando a graça de eus e a Sua complacência. Seus rostos estarão marcados com os traços da prostração. Tal é o seu exemplo na tora e no Evangelho,(1509) como a semente que brota, se desenvolve e se robustece, e se firma em seus talos, compraz aos semeadores, para irritar os incrédulos. Deus prometeu aos fiéis, que praticam o bem, indulgência e uma magnifica recompensa.

Fonte: http://www.islam.com.br/quoran/traducao/s48_al_fath.htm

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gruta Garganta do Cabo

Esta foi a exploração que o Daniel fez connosco que merece ser lembrada: o Daniel é o que está de fato azul…



Destino


Acordo como os pássaros cativos,

Com a ária da vida nos ouvidos.

Acordo sem amarras nos sentidos,

Fiéis à sempiterna liberdade...

Nada pôde vencer a lealdade

Que juraram à deusa aventureira.

Nem as grades do sono, nem a severidade

Da noite carcereira.



Acordo e recomeço

O canto interrompido:

O desvairado canto

Da ira irrequieta...

- O canto que o poeta

Se obrigou a cantar

Antes de Ter nascido,

Antes de a sua angústia começar.

Miguel Torga

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Adeus Daniel...

Faleceu o Daniel, o nosso benjamim...

Só tinha vinte aninhos!!

Não pergunto porquê, porque sei que ninguém consegue responder… simplesmente a vida tem destas coisas. Não escolhe, não selecciona, não ajuíza, simplesmente é implacável!

Ainda agora, nas nossas saídas de campo, brincava contigo, ria contigo, te dava incentivo para continuares connosco, porque a tua juventude, a tua humildade e carácter, faziam de ti uma pessoa muito querida entre nós: eras o nosso benjamim…

Qual será o sentido desta vida amigo? Diz-me agora tu, diz-me tu, se é que existe verdadeiramente alguma coisa para lhe dar sentido.

Um grande adeus ou um até já meu amigo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Prospecção do Desconhecido

Série documental "Espeleologia".

Episódio II





Fonte: CEAE-LPNCentro de Estudos e Actividades Especiais
Liga para a Protecção da Natureza

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Arte Espeleológica

No ano de 1987-1988, foi produzida uma série de 6 episódios televisivos sob o tema genérico "Espeleologia", financiado pela Radiotelevisão Portuguesa, RTP.
Hoje, ela faz parte da memória da Espeleologia Nacional e representa também o que melhor se fez por cá neste género de divulgação: uma homenagem ao grande espeleólogo Raul Pires Pedro, mentor deste projecto.

Episódio I




Fonte: CEAE-LPNCentro de Estudos e Actividades Especiais
Liga para a Protecção da Natureza

quinta-feira, 25 de março de 2010

O Nascimento da Espeleologia Moderna

A primeira travessia subterrânea é realizada na região francesa dos Grands Causses, na gruta de Bramabiau, próxima da localidade de Camprieu, e com este acto nasce a espeleologia moderna decorria o ano de 1888.

Na época, este local atemorizava os camponeses locais que acreditavam que aí habitavam espíritos transtornados: foi com desdém que receberam a estranha caravana que acompanhava os exploradores pioneiros liderados por Edouard-Alfred Martel.

Martel visitou pela primeira vez a região no ano de 1883 e rapidamente se sentiu atraído pelas suas belezas cársicas. Viria a regressar depois com o intuito de a explorar. Conheceu então um capataz chamado “Poulard” que lhe falou e conduziu, um ano mais tarde, à entrada do fenómeno de Bramabiau, atractivo mas muito intrigante e inviolado.

Passaram quatro anos, Martel resolve enfrentar os seus temores e realizar o seu sonho inconsciente: atravessar a meseta de Camprieu.

Numa Quarta-Feira, a 27 de Junho de 1888, Martel e Marcel Gaupillat acompanhados por Claude Blanc, Émilie Foulquier e Auguste Parguel iniciam a exploração subterrânea às cascatas de Bramabiau.

Com o auxílio de um pequeno barco desmontável penetram pela saída da gruta, cerca de 800m, até à segunda cascata e ficam detidos neste ponto, intransponível para o barco.

No dia seguinte, às 8 horas da manhã, tentam descer as cascatas. Entram pela grande entrada da “Felicidad” e penetram no desconhecido: no local onde as águas se perdem.

Por volta das 10 horas, depois de percorrerem vários corredores e salas, chegam a um rio que inevitavelmente têm que percorrer por dentro de água. Martel, Blanc, Armand e Foulquier continuam sós a exploração e ao fim de mais 1 hora de difícil progressão, chegam à cascata onde haviam ficado detidos no dia anterior.

Depois de descerem a cascata, Foulquier reconhece os seus próprios rastos, segue-os e pouco depois chega à saída de Bramabiau, 90 metros abaixo do nível de entrada da “Felicidad”.

Martel e a sua equipa tinham conseguido realizar a enorme façanha: pela primeira vez na história da humanidade uma travessia subterrânea era concretizada. Este acto foi para Martel o seu primeiro grande descobrimento e para a espeleologia moderna, o seu nascimento.

Fonte: http://www.abime-de-bramabiau.com/es/index.html

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lapa ou Gruta da Furada

Localização: Serra da Azóia.
Concelho: Sesimbra.
Distrito: Setúbal.

Resenha Histórica
A Lapa ou Gruta da Furada é uma cavidade conhecida desde sempre pela população local, no entanto, a primeira referência escrita sobre o local deve-se a Eduardo da Cunha Serrão (1962), no esboço de carta arqueológica do concelho de Sesimbra.
Entre os anos de 1992 e 1994, João Luís Cardoso lidera uma equipa que realiza metódicos trabalhos arqueológicos tendo sido reconhecido espólio referente ao Neolítico Final, de cariz dolmético, e à Idade do Bronze.
Em Agosto de 2006 são realizados por Rui Francisco, José Brazinha, João Luís Soares e Marília Moura trabalhos de exploração espeleológicos que resultam na descoberta de uma sala com uma área de 23m2 e na topografia integral da gruta.

Memória Descritiva
Situa-se a cerca de 600m a Sul da Aldeia da Serra da Azóia sobre unidades sedimentares do Jurássico médio (J2 pe) – Calcários de pedreiras, à cota de 159m. É uma cavidade fóssil constituída por varias galerias dispostas em pelo menos três níveis de profundidade diferentes. O primeiro nível, mais próximo da rua, comunica com esta através de uma pequena entrada vertical com 1m x 1,50m. Sobre esta existe uma pequena sala ainda iluminada pela luz do exterior, com aproximadamente 50m2, que dá acesso a uma outra sala por onde se pode descer para outro nível de profundidade da gruta. Depois de se descer um tramo vertical de 12m chega-se à maior galeria da gruta com uma área aproximada de 110m2. Através do intervalo de blocos rochosos sobre o chão, passa-se para um corredor semi-vertical, com cerca de 15m de comprimento, onde se vai descendo até se atingir uma fenda muito estreita e alta. Na base desta está o ponto mais profundo da gruta, a -43m.
Em geral é uma caverna fóssil com uma progressão semi-vertical. Possui uma orientação preferencial de 210º, um desnível de -43m e uma área total aproximada de 409m2.


Equipagem

A entrada da gruta, apesar de ser uma vertical com cerca de 4m, possui bons pontos de apoio e dispensa, por isso, equipamento de acesso.
A partir da sala de entrada, ainda iluminada pela luz natural, entra-se para uma segunda sala que, pelo lado direito de quem entra, dá acesso a uma rampa com cerca de 12m de profundidade. Apenas esta rampa necessita de equipagem, toda a restante gruta dispensa este recurso de acesso.


Obstáculo: Rampa
Cabo: 25m
Plaquetes: 3
Mosquetões: 3

Aproximação à rampa: 7m
Descida: 12m

Outros aspectos

(1)- Do seu interior foram exumados vestígios osteológicos humanos que correspondem a um mínimo de 130 indivíduos, que terão vivido durante o Calcolítico Pleno (2700 a 2450 a.C. – cronologia absoluta), e que teriam sido exumados de uma outra necrópole, primária, durante o Bronze Pleno (1700 – 1300 a.C.). Este facto faz da Lapa da Furada uma das poucas necrópoles de inumação secundária documentadas na Estremadura portuguesa.


(1) Fontes:
Cardos, J.L.; Cunha, A.S. (1995). “A Lapa da Furada (Sesimbra)”. Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra.
Inventário do Património Imóvel. Sector de Cultura, Divisão de Turismo e Cultura, Câmara Municipal de Sesimbra.

quinta-feira, 4 de março de 2010

História de Pedras

por Michel Bouillon

Pessoas instruídas há muitas; pessoas instruídas e inteligentes, menos; muito menos ainda, pessoas que, além da instrução e da inteligência, têm faro!

Tenho uma grande admiração e respeito por essas pessoas pois são raríssimas.

Honro-me de conhecer algumas e vejo-me obrigado, em favor da precisão desta história, a nomear uma. Trata-se do professor Félix Trombe, montanhista e espeleólogo experimentado, sempre cheio de ideias geniais. Era quase inevitável que ele estivesse na base de uma descoberta que vos passo a contar e de que participei.

Há uns anos atrás, Félix Trombe, sempre ávido de pesquisa e amante do mundo subterrâneo, embrenhou-se na gruta de Rieusec. Aquela gruta, situada no maciço de Paloumére, na vertente de Henne-Morte, há muito que o atraía. Apesar de imensa, Trombe conhecia-a até aos mais pequenos recantos.

Logo à primeira vista avaliara o interesse daquela gruta que, aos seus olhos, não era como as outras.

Ele mesmo escolheu e extraiu, de entre várias toneladas de pedras, aquelas que lhe pareceram diferentes de todas as outras. Muitos outros espeleólogos e investigadores visitaram aqueles lugares sem que nada tivessem notado de particular.

Trombe, ao regressar a Paris, confiou uma amostra dos calhaus a um químico a fim de saber de que se tratava. O calhau que não foi utilizado nas análises foi-lhe devolvido com um relato sumário. A pedra não tinha qualquer interesse, tratava-se de calcite vulgar, idêntico ao que se encontra em todas as grutas.

Mais admirado que decepcionado, o professor guardou o calhau outra vez, não se decidindo a separar-se dele. Meteu-o no fundo de uma gaveta, convencido de que um dia qualquer coisa se haveria de revelar.

Passou o tempo. Cada um de nós sente, de vez em quando, a necessidade de arrumar as gavetas. Foi assim que Trombe redescobriu o seu querido calhau, amostra mineral.

Entregou-o ao seu assistente, pedindo-lhe para examinar a pedra quando tivesse tempo.

Fez-se o exame. Como Trombe previra, a pedra tinha enorme interesse científico.

Conforme o garantiam as análises feitas no laboratório de terras raras de Bellevue, jamais se vira calhau igual. Continha uma multidão de produtos interessantes e tinha, ademais, a particularidade de apresentar um espectro exactamente igual ao das pedras trazidas da lua.

Estranha coincidência: como é que sucedeu ter esta pedra terrena feito a sua aparição no mundo científico no momento em que se encontravam iguais na lua?

Em resumo, era urgente fazer uma expedição científica àquela gruta. Fui encarregado de organizar a parte material da expedição.

Há uns anos penetrei numa loca que um pastor me indicou. Como a fauna que ali havia era interessante, voltei.

Para caçar os cavernícolas existentes na loca, tive de levantar, uma a uma, as pedras encravadas no chão.

Algumas pareceram curiosas. Não conheço nada de pedras e detesto encher a mochila com elas, sobretudo quando é preciso sair do fundo de um poço por uma frágil escada. E as pedras, além disso, não são a minha especialidade, pensei. Todavia enchi o saco. Não pensem que isto tenha qualquer relação com o que disse no inicio da narrativa. Tratava-se precisamente do contrário e isto prova que se pode atingir o mesmo fim por caminhos distintos.

Foi só por causa da minha ignorância e da minha curiosidade de pega que recolhi os calhaus em questão. Nunca tinha visto outros iguais em nenhuma das minhas centenas de explorações. Devido a tal experiência é que as assinalei. Aquelas pedras agradavam-me e queria saber o que eram. Levei-as ao laboratório e apresentei o meu achado a um geólogo que as considerou vulgares, sem interesse, boas para deitar fora. Não me rendi àquela solução radical e a minha audácia foi até ao ponto de as colocar numa vitrina da sala de entrada juntamente com outras amostras trazidas anteriormente, esperando que um dia, alguém, de passagem, lhes prestasse atenção.

Mas, francamente, não tive sorte nenhuma, ninguém olhava para elas. Apesar de bem apresentada, a minha mercadoria não encontrava comprador. De vez em quando tentava fazê-las sobressair no meio de cristais mais bonitos, mas cada tentativa resultava num fracasso e mortificação.

Um dia, com grande estupefacção minha, a mulher da limpeza foi intimada a desocupar as vitrinas para uma nova exposição. Tinham-me feito uma partida. «Acabaram-se todas estas porcarias sem interesse», disse a mulher, «deitei-as ao lixo.»

Naquela altura apeteceu-me deitar a casa abaixo.

Que não admirassem as minhas pedras, vá que não vá, mas deita-las ao lixo! Pedras preciosas que tinha carregado às costas, era o cúmulo! Encontrá-las-ia, havia de guarda-las e, se preciso fosse, guardá-las-ia debaixo da cama! Assim fiz, ou quase. Coloquei o precioso conteúdo do lixo numa caixa e guardei.

Entretanto efectuou-se a expedição à gruta de Rieusec, a qual forneceu uma grande quantidade de ensinamentos, embora seja ainda muito cedo para fazer um balanço, uma vez que estão em curso as análises, mas sabe-se que esta descoberta abre grandes perspectivas a várias pesquisas. Paul Caro, assistente do professor Trombe e também espeleólogo experiente, pediu-me, no decorrer daquela expedição, que no caso de eu ter encontrado pedras semelhantes às de Rieusec, lhas enviasse.

Pensava ele pregar-me uma partida e apanhar-me desprevenido, mas não era em vão que me chamavam o coca-bichinhos da espeleologia. Respondi-lhe, para seu espanto, que de pedras como aquelas tinha eu um caixote cheio na minha casa de banho e as guardava preciosamente há dez anos.

Se nas análises se revelassem iguais às de Rieusec, então diria onde as encontrara!

O jazigo destas pedras lunares estende-se, actualmente, por mais de trinta quilómetros.

Outras se hão-de encontrar, estou certo disso; agora toda a gente as vai descobrir!

Para mim pretendo encontrá-las de outra espécie, como as que serão trazidas de Marte, dentro de algum tempo, e que felizes acasos farão descobrir na Terra.

Os meios técnicos de investigação progridem incessantemente. Se o que ontem não tinha interesse o tem hoje, deve-se exclusivamente ao facto de terem aumentado as possibilidades de investigação, porque ninguém muda neste mundo.

Em tal caso não se trata de uma descoberta pessoal, mas de descobertas feitas por todos aqueles que, nós trazemos as pedras, trabalham na elaboração de novos aparelhos de análise.

Cada um no seu campo, pelo seu trabalho, contribui para se atingir um todo imprevisível.

Esta é a bela e misteriosa aventura da investigação científica. As descobertas não têm interesse se não pelos problemas que desencadeiam.

O progresso científico não resulta se não for uniforme em todos os seus domínios, pois tarde ou cedo, se qualquer deles for negligenciado, esta falta deita por terra todos os demais êxitos.

A espeleologia é, incontestavelmente, uma trave mestra na investigação futura.


Transcrição do livro de Michel Bouillon “Descoberta do Mundo Subterrâneo”, pag. 94-97 ano 1972.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A Arrábida e as Grutas

por Rui Francisco e Pedro Pinto.

No princípio, há cerca de 220 milhões de anos, numa bacia marginal dos primitivos Continentes, algo aconteceu: restos orgânicos e minerais foram-se depositando e acumulando em camadas sucessivas neste fundo marinho; o peso das camadas superiores comprimiu as inferiores, que assim se consolidaram, transformando-se em rochas. A partir deste lento processo, a natureza criou as condições para que um dia se erguesse o que por todos é conhecida por Cadeia da Arrábida. Ao longo dos seguintes milhões de anos, a acção das forças internas do planeta pressionou, deformou, enrugou e fracturou a massa geológica então criada fazendo com que esta aflorasse à superfície dando assim origem às primeiras formas de relevo. Sobre estas os elementos de erosão começaram a actuar, esculpindo a superfície até se atingir o modelado que conhecemos hoje e, simultaneamente, foram laboriosamente abrindo e alargando espaços subterrâneos: as grutas.

Em termos gerais, o processo de formação das grutas dá-se quando a água da chuva na sua passagem pela atmosfera dissolve e carrega consigo uma parcela de dióxido de carbono presente no ar; ao chegar ao solo, passando pela camada de húmus e raízes a água é ainda mais enriquecida o que a torna ligeiramente ácida. Este ácido, penetra no maciço e corrói o calcário, alargando as juntas de estratificação, as diáclases e as falhas; este lento processo é o responsável pela criação das grutas chegando a gerar, com o passar do tempo, complexas redes subterrâneas.

Após a sua formação as cavernas continuaram o seu ciclo de eterna transformação: preenchimentos, derrocadas, concreções ocorreram; a água, deixou de preencher toda a gruta e foi forçada para níveis inferiores: foi rebaixando o nível freático. Este factor permitiu o aparecimento de zonas secas nas grutas. Quando estas ocorreram com aberturas para o exterior, ficaram disponíveis para serem ocupadas, quer por animais quer pelos primeiros habitantes humanos.

De certo modo esses nossos antepassados foram os primeiros exploradores das grutas. A sua relação com elas foi tal que nos deixaram vestígios suficientes para, num contexto de exploração espeleológica, os pudéssemos imaginar nesses espaços, estudar-lhes os comportamentos e assim analisar as alterações artificiais por eles deixadas.

Conhecem-se muito poucas grutas activas (com água) em toda a área da Arrábida, a maioria das grutas consiste em sistemas fósseis fortemente adornados por formações calcíticas, com temperaturas médias na ordem dos 18ºC.


Além da beleza que representam, constituem um legado de interesse e importância multidisciplinar, geológico, geomorfológico, biológico etc. Não menos fundamental é o facto de serem o testemunho indirecto dos importantes reservatórios naturais de água que, embora estejam inacessíveis, existem sob estas; são ainda locais privilegiados para o desenvolvimento de actividades ecoturísticas. O clima, a proximidade com o mar e a complexidade geológica da Cadeia da Arrábida são responsáveis por alguns tipos de cavernas que não são de todo vulgares. São disso exemplo a Gruta do Frade, incomparavelmente a mais bela de Portugal e a maior a sul do Tejo; a Gruta do Meio recentemente descoberta na zona do Cabo Espichel e que possui testemunhos de erosão que lhe conferem uma estrutura invulgar; a Gruta do Zambujal, primeira cavidade portuguesa classificada com o estatuto de interesse espeleológico (Decreto-Lei nº 140, de 21 de Maio) e a Lapa do Fumo, estação arqueológica, classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto - lei 28/82, são algumas das boas referencias que se devem ter em conta, uma vez que ilustram bem particularidades da história geológica e humana da região.

No entanto são espaços extremamente vulneráveis. Na legislação portuguesa os “geótopos” não têm qualquer existência formal, ao contrário do que acontece com os biótopos. Esta situação expõe estes espaços a vários tipos de ameaças; pressão humana pelos visitantes ocasionais, alguns bem intencionados outros nem tanto; afluência de grandes números de pessoas ao longo do ano sem qualquer tipo de critério ou conhecimento sobre o mundo subterrâneo; a visitação a grutas de hibernação e/ou criação de morcegos é apontada como a principal causa para o seu declínio; a exploração de pedreiras, da qual são exemplos a lenta e agoniante destruição da Gruta do Zambujal ou a total destruição do maior algar da Arrábida, em apenas dois dias, na pedreira do Risco. É também de realçar que, estando estas em zonas cársicas, potenciam também a contaminação dos aquíferos.
Estes como principais problemas representam uma ameaça presente e real deste particular legado.

As grutas devem ser dadas a conhecer ao grande público sob o lema “divulgar para preservar”, alertando para a importância e fragilidade deste património. Deste modo pode-se construir um importante instrumento para mudar atitudes que ajudem a compreender e valorizá-las.
Do promontório do Cabo Espichel a Setúbal, a exploração, observação e interpretação das cavernas tendo em conta o seu processo de formação, seu ambiente e sua relação com o ambiente externo conduziu os espeleólogos à descoberta de mais de uma centena de espaços subterrâneos.
A Arrábida não é uma região de longas cavernas, mas sim uma região onde a diversidade destas é generosa e, talvez por isso, única.

Texto publicado na Carta Arqueológica de Sesimbra, pag. 134, ano 2009.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lapa da Cova

Preliminary Report: the first month

por Manuel Calado
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Gruta do Sono

Localização: Serra dos Pinheirinhos.
Concelho: Sesimbra.
Distrito: Setúbal.

Resenha histórica
A gruta do Sono foi descoberta a 20 de Novembro de 2004 por Rui Francisco e José Brazinha durante uma prospecção na área. Inicialmente detectada através de um minúsculo buraco do tamanho de um dedo, foram necessárias 3 horas para desobstruir a entrada e mais um dia para se conseguir aceder à segunda sala.
Nesse mesmo ano, foi ainda realizada uma pequena desobstrução de sondagem no canto NW da segunda sala entretanto interrompida.

O nome de “gruta do sono” deveu-se ao facto de um companheiro de exploração estar constantemente a dormir dentro da caverna. A gruta é extremamente seca e a temperatura média é de 18ºC.


Memória descritiva
Situada a cerca de 1,5km a SW da Aldeia de Pinheirinhos e a 200m de altitude, é uma cavidade fóssil basicamente constituída por duas salas. A primeira, muito sedimentada por vários depósitos, tem aproximadamente 15m2 e abre-se sobre uma diáclase bem marcada no tecto. No canto SW da primeira sala, por uma passagem muito estreitada, pode-se aceder à segunda sala. Esta é maravilhosamente concrecionada, quase limpa de depósitos argilosos e com uma área aproximada de 105m2 por uma altura, no seu ponto mais alto, de 2,40m. Toda a gruta desenvolve-se em unidades sedimentares do Jurássico médio (J2 pe) – Calcários de pedreiras, com uma orientação preferencial de 255º.
Tem um desnível máximo de -6,40m e uma área total aproximada de 120m2.



Outros aspectos
Para além da sua grande riqueza em espeleotemas é uma cavidade com presença humana confirmada desde o Neolítico antigo.
Foi identificado e recolhido, pela equipa que proveu e realizou a revisão da Carta Arqueológica de Sesimbra, um crânio humano incompleto (sem face) "encontrando-se bastante deteriorado pela acção dos agentes tafonómicos, designadamente pela acção de raízes.
Terá pertencido a um indivíduo adulto do sexo feminino com uma idade à morte superior a 45-50 anos uma vez que as suturas se encontram completamente obliteradas. O único dente que se preserva, um 2º pré-molar superior direito, apresenta um grau de desgaste bastante elevado. Foi ainda possível observar a perda antemortem do 1º pré-molar direito e a perda postmortem dos incisivos central e lateral superiores direitos."
[1]


[1] Rui Marques e Ana Maria Silva - carta arqueológica de Sesimbra, pag. 151, ano 2009.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que é a espeleologia e os seus principais objectivos

A espeleologia é a ciência que tem por princípios a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas, levando em conta seu processo de formação, seu ambiente e sua relação com o ambiente externo, tendo por objectivo definir critérios para sua preservação e, assim, promover o uso racional destas. Na origem da espeleologia está, muito certamente, a necessidade do homem entender os fenómenos do meio que o rodeia. Ao estudar-se a génese destas, a sua evolução e o seu meio físico há a necessidade de recorrer aos conhecimentos já existentes em outros ramos do saber, por isso esta é também uma actividade multidisciplinar onde se incluem ciências como a geologia, a biologia, a antropologia, entomologia etc.
Dar novos mundos ao mundo é o maior sortilégio da espeleologia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Breve história da espeleologia.

A história da espeleologia é talvez tão antiga como a do próprio homem. Foi em grutas e em lapas que o homem da pré-história procurou abrigo para se proteger do frio, de outros animais, de guerras, mas também para depositar os seus mortos e eleger os seus deuses. Como possuíam o fogo, penetravam profundamente debaixo da terra, iluminando-se com archotes ou lâmpadas alimentadas com sebo dos animais.
Deste modo, foram estes nossos antepassados os primeiros exploradores do meio cavernícula: tão forte foi a sua relação com o meio subterrâneo que nos deixaram aí vestígios suficientes para caracterizar e tipificar várias culturas e indústrias um pouco por todo o globo.

Após o aproveitamento das cavernas durante o período pré-histórico dá-se, na Idade média, uma regressão de mentalidades passando as grutas a serem tidas como lugares do demónio ou escoadores das águas do dilúvio.

Este espírito prevaleceu até meados do século XIX, depois pouco a pouco as cavernas começam de novo a ser alvo de visitas.

É em França que a partir da segunda metade desse século surgem alguns dos mais destacados percursores da espeleologia e nasce também, em 1895, a Sociedade de Espeleologia Francesa, a primeira associação de carácter espeleológico no mundo.

No início do século XX deu-se a exploração sistemática das grutas e, por consequência, o desenvolvimento da espeleologia como ciência. Este feito deve-se a Édouard-Alfred Martel (1859 – 1938) considerado o “pai da espeleologia”. Os trabalhos de Martel abriram caminhos para outras gerações de espeleólogos que, até hoje, vão aperfeiçoando as técnicas de exploração e aprofundando cada vez mais o conhecimento sobre o mundo subterrâneo.